A Ciência do absurdo
Os criacionistas acreditam que nada é por acaso. Tudo
acontece por vontade de seu Deus que é onipresente, onipotente, onisciente e
benevolente. Quando acontece uma calamidade ou desastre, a culpa é do livre
arbítrio que lhes foi dado por Deus facultando-vos o direito de errar. São tão
aficionados pela ciência do absurdo que quando são vítimas de alguma catástrofe
com mortos e feridos, os parentes dos que foram a óbito afirmam resignados que
seu Deus sabe o que faz. Era chegada a sua hora e galgarão o reino dos céus. Os
parentes das vítimas que sobreviveram paraplégicos, amputados ou aleijados
agradecem a Deus a bênção alcançada por haver poupado suas vidas. Todos
agradecem a um Deus poderoso e benevolente.
Ora!...Ora! ... Já vi descarrilamento de trem, queda de avião
de grande porte, naufrágio de transatlântico e até afogamento de submarino.
Entretanto, ainda não vi manifesto algum de nenhum Deus assumindo a autoria de
qualquer atentado. A ciência sempre descobre o motivo do sinistro. Um
afastamento de trilho, uma avaria no sistema de comando, um iceberg na rota de
colisão, um erro de projeto ou uma pane elétrica. Todas as causas por motivos
técnicos promovidos por humanos. Nenhuma
causa atribuída ao Espírito Santo.
Meus amigos criacionistas de plantão. Por mais que vocês
sejam teólogos exegéticos, não irão me convencer a entrar em estado de
regressão para voltar à idade da pedra e venerar um criador fruto da lenda de
um povo primitivo que ainda não sabia que a terra era redonda nem que existia
um fantástico universo laico.
Me pedir para seguir esta entidade lhe entregando as rédeas
do meu destino é o mesmo que exigir meu suicídio intelectual. É tornar inútil
meu parco conhecimento. Não obstante, todos os domingos surgem alguns
desavisados batendo à minha porta tentando me catequizar e dão com os burros
n´agua.
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que
fura”. Será?
Comentários
Por ignorância bíblica se diz muitas coisas e por se acreditar em tudo o que se ouve, sem questionamento.
Deus não anda pelo espaço derrubando aviões, nem nas estradas provocando acidentes ou qualquer meio para destruição do homem.
"Meus amigos criacionistas de plantão. Por mais que vocês sejam teólogos exegéticos, não irão me convencer a entrar em estado de regressão para voltar à idade da pedra e venerar um criador fruto da lenda de um povo primitivo que ainda não sabia que a terra era redonda nem que existia um fantástico universo laico"
Até uns anos atrás nós não sabíamos tantas coisas que hoje nos parecem tão simples. Grandes homens morreram nos deixando maravilhosos legados, não obstante ignoravam tantas descobertas que os deixariam perplexos se voltassem ao nosso mundo hoje.
Meus pais me ensinaram muitas coisas sobre Deus que hoje eu sei que não são exatamente como eles entendiam, mas a essência do que eles me transmitiram me potenciou permitindo-me ir mais além da letra.
Água mole em pedra dura, nem sempre fura... mas enquanto houver a pedra e a água, vamos cultivando a nossa esperança...
Assim como Deus não anda pelo espaço derrubando aviões, nem pelas estradas provocando acidentes, também não anda protegendo ninguém de sinistros. Esta mesma competência que ele tem para não fazer é a mesma que ele não tem para evitar.
Há um século atrás o homem desconhecia 90% do que conhece agora e nada foi ensinado ou evoluido por crenças. Tudo o que foi evoluido tem a mão da ciência. Alguns destes curiosos foram assassinados por religiões tentando provar suas descobertas no afã auxiliar seu próximo. Enquanto existir água haverá esperança.
Realmente, nada foi ensinado ou evoluído por crenças, o homem nasceu dotado de inteligência.
A glória de Deus foi criar todas as coisas e a do homem é descobri-la.
Não foi a religião que assassinou curiosos, foi a inveja.
Eu não lembro bem da história de um médico que descobriu a causa das mortes de inúmeras mulheres grávidas ou em trabalho de parto. O motivo era que os médicos mexiam com cadáveres antes de atendê-las, e não lavavam as mãos. Este médico perdeu o emprego por insistir na sua teoria.
Mas o interessante é que se eles conhecessem as regras de higiene que Deus ordenou aos filhos de Israel, teriam evitado tantas mortes.
"De acordo com a Lei dada a Moisés uns 3.500 anos atrás, quem tocava num cadáver ficava impuro por sete dias. Para se purificar, a pessoa precisava tomar banho e lavar a roupa. Durante esse tempo, ela não podia ter contato físico com outras pessoas. — (Números 19:11-22).
Guiomar, naquele tempo, burro falava.