Pentateuco


Existem alguns curiosos que opinam sobre a formação do cristianismo como se a teologia fosse uma ciência exata e por si só, já é a expressão da verdade e dispensa evidências A história mostra a teologia como um estudo de lendas..
Durante quase três milênios, a lenda de um criador do povo hebreu foi transmitida via oral ainda que haja controvérsias. Será que há evidências que comprovem a formação do povo hebreu há 6000 anos? Quando os hebreus chegaram a Canaã, lá já existia o alfabeto fenício que derivou o hebraico. .
A bíblia foi formada a partir de textos transmitidos por tradição oral durante o período de 1200\1100 aC contando a saga de um povo durante os últimos três milênios com a história de um Deus dividido em catequeses. Existia uma tradição Javista numa região, ao sul, dominada por Agamenon que cultuava um Deus denominado Javé, antropomórfico e ao norte havia uma tradição Eloísta que adoravam um Deus cujo nome era Elói. Estas tradições foram transmitidas verbalmente até os tempos de Davi quando foi escrita a tradição Javista meio século antes da tradição Eloísta. Em 720 aC, na época da divisão dos reinos, quando a Samaria foi destruída pelos assírios, muitos sacerdotes fugiram para o sul levando consigo sua tradição. A partir de então as duas tradições foram compiladas num só escrito. Há ainda a tradição deuteronômica encontrada casualmente em 622 aC e corresponde ao livro Deuteronômio da bíblia atual. Após esta, surgiu a tradição sacerdotal datada do século Vl aC. Nesta tradição Deus é todo poderoso  Alguns fatos foram narrados por populares, enquanto outros foram baseados em documentos de anais de reinos. Por isso não se pode dar a mesma importância histórica aos fatos descritos nestes livros em relação a outros posteriores.  A diferença é a idade. A mais velha é mais crível.

A partir de  Josué a tradição continuou oral para ser reescrita  por volta de 550 aC. Foram escritas do modo que o povo contava há  três milênios. Por fim, estas quatro tradições foram combinadas entre si e compiladas em cinco volumes dando origem ao Pentateuco em 398 aC e compreendia a primeira parte da bíblia judaica. Só a partir do século ll aC é que foram redigidos os livros proféticos. Os livros sapienciais foram o resultado de um estilo literário oriundo na fase pós exílio. São reflexões humanístico\religiosas onde sábios raciocinavam sobre o comportamento da natureza extraindo daí ensinamentos para a vida. Estas reflexões foram acrescentadas aos livros sagrados nos últimos séculos aC sendo os mais recentes livros do AT.
O Novo Testamento não foi escrito com a finalidade de ser acrescentado á bíblia. Até o século l da nossa era, o livro sagrado era o NT. O evangelho de Marcos, o primeiro a ser escrito data dos anos 60\70 dC; o de Lucas e Mateus são de 70\80. O que significa que somente após 40 anos da morte de Cristo, sua palavra começou a ser escrita. O evangelho de João só foi escrito no ano 100 dC. Isto por que Jesus disse: “Ide e pregai o evangelho”. Ele não mandou que escrevessem. Durante o tempo anterior à escrita dos evangelhos, havia apenas a pregação dos apóstolos recordando  fatos esparsos sem nenhuma preocupação com sequência ou unidade. Por isso os evangelhos que foram esta pregação escrita, se contradizem em algumas datas mostrando pouca importância à cronologia. Omitem ou aumentam termos. Como exemplo: No sermão da montanha, no texto original dos Essênios citado nos manuscritos do Mar Morto está escrito; Bem aventurado os pobres. Lucas fala, pregando para comunidades gregas; Bem aventurado os pobres citando a autoria a Jesus. Entretanto Mateus destinava-se a comunidades judias e  queria combater uma doutrina dos judeus que tinham uma idéia fixa sobre a pobreza. Para os judeus, o próprio fato da pessoa ser pobre já lhe garantia a salvação, enquanto outra pessoa pelo simples fato de ser rica, já estava condenada. Esta é  a cultura dos hebreus e essênios Devido a isto ele escreveu “Bem aventurado os pobres de espírito”.
Os evangelistas sinóticos se basearam no evangelho de Marcos, Mateus e Lucas e espalharam cópias por outras partes do mundo. Cada um em lugares diferentes e se inspiraram nos escritos disponíveis. Cada um atribuiu um escrito a alguém mais conhecido e famoso para que a obra tivesse mais autoridade como era uma praxe da época. Assim, muitos fatos foram atribuídos a Marcos, Lucas e Mateus. As cartas de Paulo foram os primeiros escritos do NT e no final do século l elas foram acopladas e reunidas num só livro. Os atos dos apóstolos podem ser considerados a continuação do terceiro evangelho, pois também foi escrito por Lucas, ou atribuído a Lucas. E o apocalipse de João, livro profético, foi acrescentado por último. Nos escritos do NT frequentemente se pode observar citaçõs do AT pois os apóstolos tiravam dúvidas quando havia alguma divergência, que era comum. Daí, é só ver o que se firmou neste sínodo de Nicéia.
Pois bem... No século lV a igreja se reuniu em Concílio de Nicéia e uma das tarefas era organizar o “cânon”, ou a lista de livros sagrados considerados autênticos. Neste Concílio os livros foram estudados e se investigou quais os que sempre foram lidos nos cultos e sempre foram considerados legítimos. O motivo pelo qual alguns livros foram postos em dúvida era a grande quantidade de apócrifos que fazia com que duvidasse de sua veracidade. Havia muitos livros que os judeus não aceitavam. A bíblia atual começou a ser publicada a partir do consenso que houve entre os padres que definiram quais livros compor a lista de aprovados. Havia,na época, muita literatura repetitiva. Muitos autores desconhecidos usando o nome dos apóstolos mesmo mortos. Várias escritas anônimas como  os papiros de Bodmer, papiros de Oxirrico e os papiros de Chester Beatty entre outros escritos entre os séculos ll e lll ficaram de fora do NT devido a origem... Sobre Deus, qualquer arremedo de profeta escrevia o que queria.

Comentários

guiomar barba disse…
A teologia tem sua interpretação humana, portanto não pode ser pontual. Tampouco a história pode definir a bíblia.

Moisés escreveu a "lenda" do Criador, escribas escreveram ao lado dos profetas que lhe ditavam conforme recebiam as mensagens de Deus. (Eram tão orais quanto nossos ditados, quando estudantes).

AO ÚNICO Deus, eram atribuídos nomes, conforme as suas ações. (Nossos nomes hoje, também têm significados. Ex. Guiomar: Amazona digna ou Rainha da Floresta.

Yhwh-Shammah: O Senhor está presente.
Adonai: Senhor
El Roi: O Deus que vê.
Adonai: Meu Senhor
Jeová Nissi: O Senhor é a minha bandeira e muitos outros nomes. (Claro que cada povo na sua língua).

Muitas escavações já denunciaram a existência do povo hebreu com os seus costumes e a existência dos seus reis.

O AT que é a sombra do NT, não teria valor algum se o NT não houvesse sido considerado, porque ele é a confirmação exata do AT.

Se Jesus não mandou que escrevessem seus ensinos, porque Ele diria: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam? João 5:39

O livro de Mateus enfatiza as profecias do AT, confirmando o propósito da vinda de Jesus a este mundo. Mateus escreve com a autoridade de haver sido discípulo de Jesus.

Desde as leis dadas a Moisés, Deus deixou claro que os pobres deveriam ser vistos, serem cuidados, serem supridos. A fala de Jesus esclarece: “Porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; sendo estrangeiro, não Me recolhestes; estando nu, não Me vestistes; e enfermo, e na prisão, não Me visitastes. Apartai-vos de Mim malditos... Mateus 25:42,43.

Não sou teóloga. Mas se a bíblia não fosse em mim, nenhuma teologia por mais lógica que parecesse, nem a ciência (estudada por cientistas que divergem entre si ou mudam suas ideias) me trariam tanto interesse. Deus É REAL para mim, por esta única razão eu creio, sem sombras de dúvidas.
Carlos André disse…
Não só a Teologia não é exata. A Ciência também não é. Seus pressupostos são constantemente revistos. É importante salientarmos também que se a Bíblia de fato fosse uma lenda e não uma verdade, indubitavelmente chegaríamos a uma pergunta: Como milhares de cristãos inventariam a mesma história ao longo de 1600 anos, em épocas completamente diferentes e com tanta harmonia? Como milhares iriam morrer por uma causa que não fizesse sentido? Como lutar por uma causa perdida? Das duas uma: ou eram loucos ou a História de fato seria verídica. Fico com a segunda opção.
Uma questão importante a se destacar é que a grande cisão da Ciência com a Teologia é justamente a fé (Não deveria ser assim, pois a fé caminha lado a lado com a Ciência e a História).
A fé é algo subjetivo e a Ciência só trabalha com o que é objetivo e empírico. A fé não é algo irracional, mas baseada em três elementos importantes:
a)Intelectual = É uma mudança de ideia em relação ao pecado, a Deus e ao próprio eu.
b)Emocional = É a mudança de sentimento. É o arrependimento.
c)Volitivo = É uma mudança de vontade e de disposição.
Gostaria de pontuar algumas questões importantes relatadas no texto em questão:
a)A transmissão oral era comum entre os povos daquela época, principalmente em povos com cultura atrasada como os Hebreus. A importância da oralidade entre os orientais é significativa até hoje.
b)A Bíblia não tem 6000 anos. Muitos acreditam que a Criação do mundo sim, tem cerca de 6000 anos, mas não temos como provar, existem algumas teorias, mas não cabe aqui elencá-las. A Bíblia relata que o povo Hebreu é formado a partir de Abraão (Gênesis 12). O nome Hebreu foi dado por povos do Crescente Fértil e significa “Povos que estão na outra margem”.
c)Quanto a idolatria é importante termos uma cosmovisão bíblica e histórica do texto. Quando Deus falou com Abraão e disse que dele faria uma grande nação requereu dele uma fé imensa, pois todos ao seu redor eram politeístas. Quando lemos todo o Antigo Testamento vemos que a adoração a vários deuses era algo comum na comunidade judaica. O Monoteísmo Ético veio a existir somente com o sacerdote Esdras e ocorreu logo depois do cativeiro. A partir daí é que o povo judeu começou a ter consciência do Deus que eles serviam e de sua identidade como nação.
d)A escrita do Novo Testamento foi encerrada por volta do século IV. Os autores das cartas do Novo Testamento não tinham nenhuma pretensão de acrescentar à Septuaginta os seus escritos. Seria um anacronismo de nossa parte pensar assim. As cartas foram escritas para alertar as comunidades daquela época para os problemas existentes, tais como heresias e perseguições. Ao lermos a Bíblia precisamos nos apropriar de dois aspectos hermenêuticos importantes: primeiramente as cartas foram enviadas para comunidades que enfrentavam problemas da própria época em que viviam e segundo é que através da fé entendemos que esses homens ao tratarem sobre os assuntos pertinentes à sua época, foram inspirados por Deus, para trazerem assuntos extremamente relevantes à realidade atual.

e)Em toda a Bíblia é relatado que a salvação não está atrelada à status social. Ela é realizada através de Cristo, por sua morte e Ressurreição. Essa mentalidade hebraica seja Essênica ou Farisaica não foi ensinada por Jesus, mas era fruto de tradições e regras impostas por líderes que não entendiam o seu verdadeiro projeto e mudança.

f)Quanto a Canonicidade dos livros Bíblicos é importante resaltar que naquela época existiam muitos livros apócrifos e outros tantos que não tinham veracidade em seus escritos. O critério de avaliação e escolha dos Livros do Novo Testamento se deu através de homens, que para os cristãos, foram direcionados por Deus para fazer a escolha certa dos livros. A escolha desses livros não foi baseada em “achismos” ou elucubrações insensatas, mas a partir de uma verificação e de uma análise séria.

Obrigado. Espero ter contribuído um pouco mais nas discussões.

29 de Maio de 2020. 18:00 hs.
guiomar barba disse…
Muito obrigada Carlos André pela excelente contribuição.
Gostaria de perguntar ao nosso querido "ateu, por onde se perderam os deuses das naçoes? Por onde andaria baal, a grande dia na dos Efesios,por onde andam os adoradores do sol, dos astros é de tantos outros deuses, extintos pelo tempo?

O Deus Criador, o Deus dos hebreus, continua reverenciado, adorado e amado em todo o mundo.

Caríssima Guiomar... A história não pode definir a bíblia? Ora!.. Ora!. A bíblia conta a história da saga de um povo comum que criou sua própria lenda. Esta lenda baseada em seu conhecimento, seus medos e desejos fomentou uma crença sustentada pela ficção. Foi através da ficção que o homem conseguiu criar grandes sociedades. Os hebreus não estavam errados. A religiosidade, a política, os direitos humanos e até a justiça não existiriam se não fosse criada uma ficção cimentada no desejo de evoluir das pessoas contadas entre si. Nada disso existiria fora da imaginação coletiva de seres humanos. Não existiriam países, estados nem deuses.
Guiomar, o NT não foi publicado para testificar o VT. Ele foi um compêndio criado três séculos após Cristo para unificar um poder que nada tinha de divino. Para isto foi usada a crença de uma parte dos integrantes desta sociedade. Nenhum de seus livros foi escrito pelo autor citado. Muita literatura conveniente ao poder foi adicionada e "inspirada" pelo ES.
Carlos André, obrigado pela visita e será sempre bem vindo...
Muito bom receber idéias novas. É assim que aprendo, é assim que tento ensinar. Pois bem:
A ciência só é uma operação exata se houver contestação e conseguir provar veracidade com evidências. Por exemplo: Para provar a existência do Boson de Riggs predito em 1964 por Peter Riggs, a ciência demorou 49 anos para indicar fortemente a partícula através do LHC (Cern) em 2013. Já a teologia é um estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e de seus atributos. Entretanto ninguém pode refutar, provar sua existência, sua natureza, seus atributos e muito menos demonstrar evidencias de seus feitos. Teologia é um conjunto de princípios que leva o nada a lugar nenhum.... Os três elementos que você citou não testifica se sua fé é irracional ou não. Vejamos:... Os grandes intelectuais questionam tudo que ouvem ou leem. É ansioso, gostam de aprender, mudam de ideias e não teem pontos de vistas parciais. O emocional é uma sensação provocada por um estímulo. O seu estímulo pode ter sido provocado pela fé. E daí? O volitivo é a determinação da sua vontade. Cada indivíduo possui vontades. Sua religiosidade, sua crença e seus desejos foram fomentados por uma cultura milenar alheia. Se é verídica ou não,cabe a você descobrir. Estes três elementos citados podem contribuir, é só usar o discernimento.
Carlos André, fica muito extenso o comentário e dividi. Mas estou ligado.
Não existem, na bíblia, ensinamentos importantes a serem somadas a pessoas de caráter, justas, honestas e benevolentes. A saga dos Hebreus, através da bíblia foi formada por contadores de história e deturpada através de séculos É um belo conto, mas não passa de lenda. Se você retroceder as datas do povo cristão partindo de Jesus a Adão, descobrirá que este tempo foi de 4000 anos. Se Adão foi a primeira criatura humana de sua história, então seu mundo tem 6020 anos. Tá na bíblia. O mundo sabe que é uma mentira mal contada por historiadores incultos. Mas é fácil adequar ar datas bíblicas e tentar igualar a ciência como de praxe. Não me consta que o povo hebreu foi formado por Abraão. Os hebreus eram uma tribo semita, nômade do deserto que vagava pela Mesopotâmia. Abraão foi o patriarca que fundou a nação hebráica e a partir dele os hebreus passaram a figurar na história. Quanto ao restante da sua fala sobre o NT, seus livros, o poder da escolha e o verdadeiro interesse da publicação. A igualdade entre pai e filho, localização do Santo sepulcro, santidade de Maria e a excelência do Espírito Santo, foi tudo promulgado durante o Primeiro Concílio de Nicéia presidido por Constantino (O Grande) em 325 e no Primeiro Concílio de Éfesos presidido por Theodósio l, dois déspotar que através de suas autoridades eclesiásticas consubstanciaram várias teorias que se tornaram dogmas que é respeitado , seguido e defendido por muitos incultos.
Carlos André, espero que não se tenha indignado. Obrigado...
Guiomar Barba, ... Baal foi um grande deus para os fenícios, cartagineses, israelitas cananeus, egípcios e cristãos. Não é atôa que a bíblia descreve inúmeros combates a seus adoradores. Caiu no esquecimento quando comparado ao Sol venerado por Aquenaton que provém benefício até hoje para a humanidade. O sol foi o único deus que demonstrou validade. Nada sobrevive sem ele. Seu Deus é o único alheio que não pode desaparecer, não pode ser extinto. Para isto acontecer, primeiro tem que existir.Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo cristianismo histórico por séculos não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariem conceitos claros das Escrituras.
Gostei da sua visita...
guiomar barba disse…

Jair Rocha
“O conhecimento do contexto bíblico é um antídoto contra o perigoso desprezo pela História, visto de forma tão frequente na igreja quanto nos meios acadêmicos” Luiz Sayão.
Que a teologia não é uma ciência exata, aos curiosos já deveria ser evidente, e curiosamente o significado da palavra “lenda” por alguns lexicógrafos é -“a narrativa de caráter maravilhoso” -expressão muito apropriada para definir o conteúdo do pentateuco, dado ao caráter do projeto e do arquiteto, principal personagem do contexto – IAWEH ou ELOHIM - dois termos designativos do mesmo ser e não de dois deuses, para qualquer tradição do povo realmente judeu ou israelita.
Enquanto ciência a teologia se debruça sobre o que alude a divindade e sua relação com a humanidade através das religiões, seus dogmas e práticas; mesmo aquelas cujo embasamento é totalmente subjetivo à partir de mitos e lendas no sentido do fantasioso e inverídico. No âmbito da teologia cristã há que se considerar a relevância impactante da religião judaico/cristã e seus valores na formação cultural do mundo, principalmente ocidental, ao longo de séculos de história; razão mais que suficiente para a incansável busca de sua historicidade e exacerbação de ânimos na defesa de argumentos.
Sabendo-se que em época anterior a Moisés e ao Êxodo já os sumérios haviam desenvolvido uma escrita própria e que os egípcios também detinham o conhecimento, não há porque se por dúvida a possibilidade de registros gráficos antecedentes haverem fornecido relatos úteis à composição de parte do pentateuco, até pelo fato de que aquele a quem se atribui a autoria, haver sido intelectualmente versado em todas as ciências dominadas pelos sábios do Egito, além do que, a narrativa do maravilhoso informa que IAWEH/ELOHIM com o seu dedo escreveu, em pedra, o fundamento da justiça a ser praticada pela nação em formação, e o fez certamente em uma escrita compreensível no momento.
guiomar barba disse…
CONTINUAÇÃO Jair Rocha: A origem do povo hebreu é datada do chamado de Abrão, nascido em UR, cujos ascendentes mais próximos Serugue, Naor e Terá referidos no texto bíblico de Gênesis tiveram seus nomes preservados em cidades da região de nascimento deles, como Monte de Naor, Saric e Monte de Terá, de acordo com descobertas de inscrições assírias dos séculos XVII, XIV AC. e de Mari e da Capadócia nos séculos XIX e XVII AC. Daí conte-se os séculos das gerações de Isaque, Jacó, até sua descendência peregrina no Egito, seu êxodo e fixação na Palestina onde chegaram com sua língua semítica carregada de elementos sumérios, acádios, ugaríticos e egípcios e então, progressivamente influenciada pelo idioma cananeu com o que guardava algumas similaridades, tornou-se a língua hebraica, com escrita influenciada pela grafia de origem fenícia. A propósito, a descrição da terra que Josué solicitou aos representantes das sete tribos que foram enviados para mapear a terra ainda não ocupada (Js. 18:1-10) foi feita por eles em um rolo, indicando o domínio da linguagem escrita. Se o foi para esse fim, como não seria para tudo o que contém o pentateuco?
É carente de sustentação histórica fidedigna a afirmação de tradição oral como fonte única do conteúdo bíblico, muito embora houvesse a transmissão oral de conhecimento, até porque assim Deus o determinou que os pais o fizesse com os filhos, bem como é apenas teoria, discutível, seriamente questionável, a informação sobre a composição do pentateuco apenas no século IV AC. Essa teoria despreza levianamente fatos como o que está escrito em Dt. 31:24-26: “Depois que Moisés terminou de escrever num livro as palavras desta lei, do início ao fim, deu esta ordem aos levitas que transportavam a arca da Aliança do Senhor: coloquem este Livro da Lei ao lado da arca da aliança do Senhor, do seu Deus, onde ficará como testemunha contra vocês”.
guiomar barba disse…
CONTINUAÇÃO Jair Rocha: Tradicionalmente é aceito como escrito pelo profeta Isaías, filho de Amós, todo o livro que leva o seu nome, mas é historicamente comprovado que os 39 capítulos iniciais são de fato de autoria de Isaías por volta do século VIII AC. E se o final do livro foi de autoria de um chamado Trito-Isaías, sua escritura não poderia ter acontecido em data posterior ao século IV AC. Portanto dizer que os livros proféticos foram compostos no século II AC. é tese infundada.
Ao comissionar seus discípulos para a pregação do Evangelho, em nenhum momento ficou implícito ou explícito a impossibilidade de fazê-lo de outra forma que atendesse necessidades circunstancias como aquelas existentes já nos primeiros anos de vida da Eklesia, corpo de Cristo, quando tanto engano e falsas doutrinas eram divulgadas por escrito, inclusive por pseudônimos ou em nome de discípulos e apóstolos mais reconhecidos. Ademais quanto ao tempo decorrido desde Cristo imediatamente ausente fisicamente até os primeiros escritos canônicos circularem, a datação não é absoluta, porém o conteúdo atende a realidade de então conforme comprovação da história e a citação escrita de pais da Igreja bem próximos temporalmente de apóstolos de Cristo. Papias seria um exemplo. No caso dos escritos do Apóstolo João não é sem base histórica afirmar-se sua composição bem antes do final do I século como atesta o documento nominado O papiro John Rylands adquirido no Egito. Esse documento revela que o Evangelho de João já era conhecido em tempo que seria improvável a composição pelo Apóstolo não haver acontecido antes do final do I século.
Não é ilógico o entendimento de que nenhum dos diversos escritores dos 66 livros canônicos não tinham em mente a composição da Bíblia como a temos hoje. Por crença na inspiração divina para os hagiógrafos como fontes e dessas fontes lermos a ordem de Deus para que se escrevesse textos em ocasiões distintas, cremos que o zelo de Deus providenciou e preservou o texto canônico que já circulava entre os cristãos mesmo antes do primeiro concílio de líderes da igreja até a data de hoje, a despeito de várias tentativas empregadas ao longo da história para impedir ou corromper a divulgação do conteúdo bíblico. Aliás não há comprovação histórica de que a discussão da lista dos livros canônicos tenha sido pautada no concílio de Niceia.
A filosofia do deísmo intrínseca ao iluminismo do século XVIII pretendeu incutir nas pessoas a ideia da impossibilidade de uma revelação sobrenatural ou inspiração divina para o texto bíblico, igualmente a pós-modernidade altamente investigativa repudia a História e a análise contextual da narrativa bíblica porque veementemente nega o criacionismo, o Deus soberano, sua justiça e juízo sobre a humanidade. Contudo, as hipóteses e teorias dos pós-modernos inexoravelmente caem por terra diante do incrível avanço tecnológico empregado na arqueologia, cujos achados confirmam a historicidade bíblica e a impressionante preservação do seu texto mais do que qualquer texto que a humanidade tenha produzido no passado remoto.
À parte da controvérsia sobre as fontes e sobre a historicidade bíblica é maravilhoso perceber que um compêndio escrito no lapso de centenas de anos por diversos autores, em pelo menos três línguas diferentes, em contextos geográficos, culturais e circunstâncias absolutamente díspares mantenha tal unidade de conteúdo e continue impactando milhões e milhões de pessoas de todos os rincões no mundo. Só há uma explicação possível – O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão". "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão". Mateus 24:35Mt. 24:35
guiomar barba disse…
Vou começar replicando esta sua afirmativa: " Baal foi um grande deus para os fenícios, cartagineses,"

Você disse bem: FOI.

O sol caiu em descrédito como deus, quando um dos sacerdotes em sua hora de enlevo espiritual, percebeu que o seu deus começava o dia como qualquer ser humano na sua lida diária, fazendo um percurso invariável. O que mais lhe chamou atenção foi que qualquer pequena nuvem poderia empanar o brilho do seu deus. Ele deduziu sabiamente: Se uma pequena nuvem o encobre, ele então não é deus. Mas por anos a fio os principais sacerdotes fizeram calar esta descoberta que poria em perigo a posição deles. Hoje, como deus, o sol se resume apenas a uma mitologia.

O Deus Criador, nunca se resumiu a uma mitologia a não ser para aqueles que fizeram da ciência seu deus. Mesmo tendo consciência que os cientistas se equivocam, mudam de opinião. Mesmo sabendo que a origem do homem é um mistério para si, tanto quanto a morte, muitos se arrogam o direito de negar a existência do Criador.
Guiomar Barba, você refutou em nome de Jair Rocha... Pelo que percebi o cidadão conhece parte da história antiga mas quer infiltrar nela suas lendas religiosas sem testemunho. A teologia, nem ciência é. A palavra lenda não foi inventada por lexicógrafos, apesar de ser uma narrativa maravilhosa pode ser a história de uma tradição oral ou escrita que apresente ocorrências improváveis, questionáveis ou fantasiosas. Pode ser também uma invenção ou mentira. Por mais antiga que seja, uma lenda nunca pode ser evidenciada.
Iaweh/Elohim tanto poderia ser o mesmo deus como deuses diferentes. Eram tradições separadas e só Iaweh era antropomórfico. Os fenícios não eram monoteístas e do seu idioma derivou o hebráico. Houve uma assimilação cultural.
É considerável a contribuição impactante da religião judaico/cristã e seus valores na formação cultural de parte do mundo. Também é relevante sua perseguição violenta à ciência na castração de seus pensadores, matemáticos e intelectuais causando um atraso secular da humanidade.
A escrita antiga dos sumérios, gregos ou egípcios ou de qualquer outra cultura contemporânea à lenda dos hebreus não cita suas crenças. Moisés nada escreveu para a história, nenhum pergaminho, hieróglifo, escrita cuneiforme, nada que comprove. Também o que Iaweh escreveu carece de evidências. Não me venham com churumelas, demonstrem com fatos.
Continuando refutando Jair Rocha... Concordo que a partir de Abraão, Isaque e Jacó, o povo hebreu passou a ser conhecido com sua primeira referência a partir do século XIIaC. Desconheço a s inscrições assírias dos séculos XVII , XIV ou Capadócia de XIX , XVII aC citando fatos recorrentes à lenda dos hebreus. Os hebreus absorveram a escrita dos fenícios e por outro lado, não há provas da existência de Moisés. Não existem evidências para um êxodo de 600.000 cativos com velhos mulheres e crianças somariam mais de 2 milhões de pessoas sendo que a população do Egito na regência do Faraó Ramsés ll não chegava a 3.000.000 de habitantes.
O episódio do Êxodo se refere a um episódio Bíblico de acordo com o qual os judeus, escravizados no Egito, teriam conseguido fugir da terra estrangeira, retornando à sua terra de origem, Canaã, sob a liderança de Moisés. Os relatos bíblicos falam que a família de Jacó, um dos patriarcas, teria partido da terra colonizada por Abraão até o Egito devido a uma seca. Lá, encontrando-se com seu familiar José, que teria ascendido a uma posição de importância dentro do governo do faraó, teriam se instalado por alguns anos. Não existe, contudo, nenhuma evidência extra-bíblica para este episódio. Para harmonizar as fontes arqueológicas com as fontes escritas, alguns historiadores sustentam que “apenas alguns do povo de Israel estavam no Egito e o grupo vindo do Egito então teria se juntado a outros grupos para formar o que foi conhecido como Israel”. No entanto, os egiptólogos estão de acordo de que a imagem dum Egito escravista não é coerente com o Egito da época, onde não havia escravidão. Para Donald B. Redford, os números de judeus envolvidos no êxodo são por demais extravagantes. As escavações intensivas realizadas nas regiões pelas quais os hebreus teriam passado em seu trajeto de migração não fornecem nenhum dado arqueológico de assentamento humano na época do êxodo, e o relato bíblico cita cidades que só existiram muito tempo mais tarde. O êxodo era considerado um evento central na história hebraica, regularmente comemorado pelos hebreus. Entretanto não passa de uma lenda. Nenhum documento assírio faz referência ao êxodo bíblico entre os séculos VIII, XIX aC.
"Ainda refutando Jair Rocha"... Sinto ter que reduzir a contestação por parágrafos, mas é que todos os dogmas da "Igreja Católica Apostólica Romana" não foram promulgados apenas no Primeiro Concílio de Nicéia. Houveram outros, também, presididos por déspotas. Desde 51dC com o Concílio de Jerusalém até 1497 dC o cristianismo vem sendo regido por instituições políticas e sociais tendo como pano de fundo o Estado ou o poder Papal. Com o fracasso da reforma de Martinho Lutero a bestificação da população apedeuta aumentou.
Apesar do incrível avanço tecnológico na arqueologia, nada foi encontrado que atesta a existência de um povo divino. OS sítio, pergaminhos ou hieróglifos encontrados pela arqueologia com datação comprovada não atestam lendas. Os escritores contemporâneos a Jesus fazem tábua rasa. Flávio Josefo (38 - 100 dC)...No seu livro “História dos Hebreus” é mencionado o nome Jesus como o Messias, contudo a citação feita por Josefo é incoerente com o corpo do texto e pelo tamanho da obra de Jesus seria poucos detalhes a cerca do Messias. Estudiosos afirmam que esse trecho onde Jesus é citado foi acrescentado por Roma para dar credibilidade ao nome de Jesus.
Filon de Alexandria _(25 aC- 51 dC) ... Escreveu 33 livros e em nenhum deles há uma citação de Jesus ou seja; conviveu muito próximo a Jesus. Pela forma como foi o ministério e a vida de Jesus, é de total incongruência a ausência de Jesus em sua obra.
Luiz Aneu Sêneca (04 aC - 65 dC) ... Apesar de ter sido contemporâneo de Cristo, Sêneca não fez quaisquer relatos significativos de fenômenos milagrosos que aparentemente anunciavam o desenrolar de uma poderosa nova religião; entretanto, segundo Jerônimo, Sêneca teria trocado correspondências com Paulo,apóstolo com cidadania romana, também conhecida por Saulo). Consta que os cristãos por intermédio de Sêneca assimilaram os princípios estoicos, utilizando, inclusive, as mesmas metáforas estoicas na Bíblia. Um fato tanto mais curioso é que Sêneca, como filósofo, interessou-se por todos os fenômenos da natureza, resultando nas cartas intituladas posteriormente "Questões da natureza", como observou Edward Gibbon, historiador do iluminismo do século XVIII, perito na história do Império Romano e autor do livro História do Declínio e Queda do Império Romano.Se o seu contato com Paulo foi de fato verídico a pergunta que fica é: por que Paulo não falaria de Jesus para Sêneca?
Caio Plínio Segundo - (23 aC -79 dC) Não há nenhuma citação de Plíno, o velho, sobre a vida de Jesus apesar da magnitude de sua obra.
Titus Petrônio (25 - 66 dC) ... Não há citação de Petrônio à vida e obra de Jesus.
Apolônio de Tiana (02 aC - 98 dC)... Não há citações de Apolônio sobre a vida e obras de Jesus. Apenas uma comparação feita pelos nobres da igreja. Existe uma semelhança da sua biografia com a de Jesus, sendo Apolônio contemporâneo de Jesus e, ao mesmo tempo não sabendo nada sobre ele (Jesus). As semelhanças biográficas podem ter sido plagiadas, a vida e obras de Jesus foram escritas, revisadas e sofreram adequações posteriores à morte de Apolônio.
Só citei seis autores com centenas de obras publicadas durante o suposto ministério de Cristo na mesma época e região. É mole ou quer mais?
Guiomar Barba, gostei da sua visita e das refutações. Maravilha e obrigado.
Respondendo a seu último comentário, conjuminamos os deuses.
Baal foi um grande Deus para os Fenícios. - O Sol foi um grande Deus para Aquenaton.
Zeus foi um grande Deus para os Gregos. - Hórus foi um grande Deus para os Egípcios.
Tlaloc foi um grande Deus para os Astecas. - Buda foi um grande Deus para os Chineses.
Maomé foi um grande Deus para os Islamitas. - Oxóssi foi um grande Deus para os Africanos.
Krisna foi um grande Deus para os Indianos assim como Iawéh continua sendo um grande Deus para os Hebreus adotado por Judeus e absorvido pelo Império Romano e seus conquistados. Cada sociedade cultivava um Deus mitológico sendo alguns antropomórficos e uma figura real que era o Deus Sol. Deles, o mais poderoso, pois nada vive sem o sol. Ele era um Deus na fé de Aquenaton assim como Iawéh era Deus na fé dos Hebreus. Homem algum em sã consciência endeusa a ciência. Todas suas afirmações necessitam de evidências e estas nos fazem mudar de opinião ou não. A origem do homem vai continuar sendo um mistério para aqueles que não aceitam serem frutos de uma lenda fundamentada numa criação divina. Negar a existência de um criador antropomórfico é uma obrigação inerente à inteligência.

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