A corrida para o norte


Esta, entre outras, foi uma propaganda enganosa e intempestiva que induziu meu pai a se deslocar do norte do Espírito Santo em direção ao norte do País, a Amazônia.Natural da Bahia, iniciou se pioneirismo por Montanha (ES) em 1948, já estava, neste município, estabilizado e estruturado como fazendeiro quando, em 1966, o lema “Integrar para não entregar” inflou seu ego de desbravador. Deu-se aí, sua aventura rumo ao norte levando consigo familiares, amigos e correligionários. Tradicionalmente pecuarista de caráter ilibado, sonhava em desenvolver, iniciando por Rondon do Pará, sua principal atividade e assim tentou fazer dando substancial contribuição política, econômica e cultural ao Estado escolhido, que em sua ótica era uma partitura perfumada e colorida. Mas a Amazônia com seu comportamento ímpar, não aceitando intervenções se fingiu de mouca. Aceitou seu tributo mas não lhe devolveu a dádiva. Laurindo Macedo não veio para a Amazônia como madeireiro, garimpeiro ou um aventureiro qualquer. Faleceu em Belém (PA) aos 92 anos no mês de agosto de 2009 sem colher os louros sonhados. Não fosse pela sua descendência, sua corrida para o norte teria sido um verdadeiro fiasco. Para alguns, a Amazônia foi madrasta.
Valeu!.. velho Lau. Seu legado será sempre motivo de orgulho.

“ ... e aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música.” Nieztsch.

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
AL, tudo bem? posso te chamar de AL? é que Altamirando é um nome interminável...rssss

Tentei seguir o blog mas no momento a conexão não quer completar o pedido. Faço mais tarde.

Quanto ao texto, bela história essa do genitor desbravador!!

Eu li uma frase sua no blog do marcio e do edson onde você diz que "deus está nu"...antes ele estivesse mesmo...

explico: se quiser, dá uma lida nesse texto que eu postei lá na minha sala. É claro que não quero provar para você que deus existe. Mesmo eu que sou crente, sei que ele não existe!! (nas roupagens religiosas, digo).

Estou sem PC em casa, mas tão logo chegue o novo, vou ler todas as suas postagens.

o link é http://saladopensamento.blogspot.com/2010/02/nudez-incontemplavel-de-deus.html

um abraço, AL
Anônimo disse…
Bela história, amigo. Obrigado pelas visitas ao meu Rochedo e pela história que lá deixou. Há tempos publiquei uma muito parecida que me enviaram por mail.
Tenha uma Páscoa muito feliz.
Alô! Eduardo Medeiros, fica a seu critério usar qualquer letra, apesar do nome ser minha maior propriedade. He,he,he...
"O lado ou a parte" está, inteiramente, ao seu dispor para qualquer comentário seu. Será meu prazer.
Postei a história do meu pai, mas ele não estava só.Existiram outros com o mesmo ideal.Publiquei,há algum tempo, "Presente de grego", mostrando a diferença entre os tipos de pioneirismo, mas os atuais defensores da Amazonia pôe todos no mesmo saco.Daí, minha decepção.
Com prazer, visitarei seu link.
Abraços.

3 de abril de 2010 15:24
Anônimo disse…
Seu pai representava o espírito dos verdadeiros patriotas que ajudaram a construir o país. Bela homenagem
Juci Barros disse…
Bela história de uma vida, e muito apropriada a citação final. Beijo!
Ricardo disse…
Altamirando, seu pai fez o que tinha que fazer. Deve ter sido um valente. Quanto à Amazônia, em muitos aspectos (quase todos?), ela é como uma árvore frutífera que nega seus frutos a quem a plantou, mas farta aqueles que a herdam.

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