A Paixão dos medíocres

Há homens mentalmente inferiores à média de sua raça, de seu tempo e de sua classe social. Também existem os superiores. Entre uns e outros flutua uma grande massa impossível de ser caracterizada por inferioridade ou excelência. Os psicólogos não quiseram se ocupar dos últimos, a arte os desdenha por incolores e a história não sabe seus nomes. Não são interessantes. Os moralistas os tratam com igual desdém; individualmente não merecem o desprezo, que fustiga os perversos, nem a apologia, reservada aos virtuosos. Sua existência é, no entanto, natural e necessária. Em tudo que possui graus, há mediocridades. Na escala da inteligência humana ela representa o claro-escuro entre o talento e a ignorância.
Considerada individualmente, a mediocridade poderá ser definida como uma ausência de características pessoais que permitam distinguir o indivíduo em sua sociedade. Ribot chamou de “indiferentes” os que vivem sem que se note sua existência. A sociedade pensa e deseja por eles. Não têm voz, mas eco. Não há linhas definidas nem em sua própria sombra, que é, apenas uma penumbra. Desfilam inadvertidos sem aprender nem ensinar, vegetando numa sociedade que ignora sua existência. Atravessam o mundo às escondidas, temerosos de que alguém possa recriminar a ousadia de existir em vão, como um contrabandista da vida.
Não há culpa em nascer sem dotes excepcionais; não se poderia exigir deles que subam o penhasco
por onde ascendem os privilegiados. Infelizmente, alguns, costumam esquecer seu parco conhecimento e pretender reger a orquestra com a irrisória pretensão de seu desafinamento ocultado pela cumplicidade de seus semelhantes ocultos na sombra da ignorância. O Brasil é uma confraria de medíocres.

Comentários

Demorei a postar, mas...Tenho que registrar meu descontentamento com esta política de meia pataca que assola este país das bananas. Alguns medíocres são mantidos no poder auferido por outros medíocres incapazes de aprender com repetidos erros. Eu não sou um misantropo, mas odeio medíocres. Que são muitos!...
guiomar barba disse…
Então, você não pertence a Confraria brasileira. rsrsrs
Não Guiomar Barba, eu não faço parte desta confraria de ladrões que ensinam seus filhos que desonestidade é sinônimo de inteligência. Eu não tenho vocação para ladrão. Nasci no local errado. O que me foi ensinado por meus pais não poderia ser praticado neste País de Banânia. Se houver reencarnação eu nascerei, de novo, na Dinamarca ou em Zambia.
Muito obrigado Antonio. Sua lisonja faz bem a qualquer ego. Com certeza visitarei O peregrino.

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