O que todo criacionista deveria saber.

Parte XI - Formação do cristianismo

Um censo conduzido pelos romanos em 48dC indicou que 7 milhões de judeus viviam no vasto Império Romano. À medida que as condições políticas se deterioravam na Palestina a cidade de Babilônia se tornava o berço de vivazes teólogos judeus. As sinagogas dos judeus podiam ser encontradas desde a Sicília até o Mar Negro no sul da Arábia e na Etiópia. Em Roma elas serviam a cerca de 50 mil judeus. Estas sinagogas eram um testemunho da generosidade das congregações as quais muitos dos membros doavam um décimo de sua renda anual. Está aí a origem do dízimo.

A religião dos judeus, embora inicialmente só para judeus, há muito tempo havia aumentado seu poder de atração. Muitos pagãos e outros não judeus freqüentavam as sinagogas, aceitavam seu código de ética e sua visão do mundo, embora não necessariamente se submetessem à pequena cirurgia no ritual da circuncisão. Em muitas sinagogas, na parte central do Império Romano, a língua hebraica foi substituída pelo grego.

Para que a história de Cristo permanecesse viva na memória dos judeus, um conjunto de sinagogas no Mediterrâneo e no interior da Ásia Menor tornou-se o fórum inicial para a disseminação de seus ensinamentos e São Paulo foi o primeiro convertido de maior expressão. Ele não conhecera Cristo nem o ouvira pregar mas opunha ao segmento de seu culto vendo-o como um perigo para a tradicional religião dos judeus e uma ameaça política aos dirigentes romanos. Mas 14 anos após a morte de Cristo, Paulo começou a remodelar a igreja que nascia. Tornou-se um fervoroso cristão.

Paulo possuía qualidades incomuns como filho de judeus, fora treinado para ser rabino, tinha cidadania romana, era extrovertido e falava grego. Por estas qualidades tinha passaporte fácil pelos circuitos oficiais e dialogava com personalidades influentes e cultas. Sua influência no cristianismo foi de maior preponderância que a do próprio Cristo. Embora os primeiros a se converterem ao cristianismo tenham sido, principalmente os judeus, outros foram igualmente atraídos. Muitas pessoas que não tinham ligação com sinagogas escutavam a mensagem cristã e se reuniam em casas particulares ou em salões públicos.

A questão de quem podia ou não se tornar cristão era sempre debatida dentro das novas congregações. Muitos judeus faziam objeções aos que vinham de fora por considerarem o cristianismo uma versão barata de sua própria religião. Todos que se aproximassem em estado de arrependimento podiam tornar-se cristão. Isto levou a uma divisão cada vez maior entre as sinagogas e as novas igrejas cristãs. Enquanto muitas das congregações cristãs consistiam exclusivamente de judeus, as novas igrejas atraiam pessoas de todas as raças e formação.

Em suas contendas interiores sobre a questão de até que ponto seguir as regras das sinagogas, os primeiros cristãos não tinham certeza se deveriam descartar as rígidas regras dos judeus em relação a alimentação, costumes e ética. Além de que, se apegar a esta igreja naqueles tempos difíceis carecia de muita coragem. Os Imperadores em Roma ocasionalmente se voltavam contra estes cristãos. O Imperador Nero Cláudio os culpou pelo famoso incêndio de Roma em 64dC. Em um tipo de competição comum para a época, os cristãos levavam chifradas de animais enfurecidos ou eram estraçalhados por leões na presença de uma multidão embevecida.

Os cristãos sempre foram vítimas da maioria da população em qualquer parte do Império Romano, eles dependiam da tolerância que lhes era concedida pelos outros. Teriam sido mais tolerados se fossem menos acintosos e mais afirmativos ou, na condição de escravos, mais cordatos. Às vezes não prestavam homenagens suficientes àqueles Imperadores romanos que se achavam semelhantes aos Deuses.

O cristianismo tornou-se como um sapato nas mãos de cem sapateiros, assumindo muitas formas até o ano 300.

Comentários

Juci Barros disse…
Ainda hoje continua sendo...
Beijos.
Guiomar Barba disse…
Olá,

Você disse:" O que acontece após a morte é uma incógnita que ninguém voltou para demonstrar."

Quem poderia negar a experiência de Paulo no caminho de Damasco... Ele deixou o relato...

Quem pode provar que mortos não ressuscitaram? Aliás apesar da modernidade, muitas pessoas contam suas experiências de voltarem a vida após sairem do corpo.

"Ha mais mistérios entre o céu e a terra do que imagina a nossa vã filosofia." (Shakespeare).

Minhas experiências com Deus estão acima do que me possa dizer o homem.
Visite meu blog, especialmente leia as duas últimas postagens e deixe sua critíca e ou/comentário.
Abraço, amigo.
É Guiomar Barba, obrigado pela visita.
Primeiro vamos sair da ficção. O depoimento de Paulo não tem consistência como experiência de pós morte. Me mostre um depoimento de alguém que não seja fundamentalista, drogado ou débil mental relatando o que viu no céu ou inferno.
Voltar à vida após sair do corpo não é possível, pois viagens fora do corpo não é morrer, não é milagre nem desejo de Deus. É uma situação desejável e possível através de concentração e relaxamento.
Vou fazer-lhe uma visita, prometo.
Mariani Lima disse…
Altamirando, Onde estão as novas postagens? Tenho vindo aqui com certa frequência mas vc não tem postado nada.
Fique com Deus!
Pois, pois!...
É que minha máquina foi abduzida(roubada) por um meliante e eu só tenho redigido comentários. Mas brevemente estarei postando normalmente.
Obrigado pela visita e abraços.
Valeu pelos votos natalinos Altamirando! Desejo o mesmo pra você! Esperemos que 2011 traga mais felicidades para todos nós!
Boas Festas e muita paz!
Edleuza disse…
Altamirando,

obrigada pela presença sempre marcante nesse ano de 2010. Que você tenha um 2011 muito significativo, feliz e cheio de oportunidades.
Um abraço!

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