O que todo criacionista deveria saber


Parte Xll - Estabelecimento das diretrizes
Tudo começou com os concílios. ”Assembléias de altas dignidades eclesiásticas”. Assim deveria de se supor. Nos primeiros concílios ecumênicos foram estabelecidas as diretrizes para o conteúdo e a organização da nova religião. Os mais antigos ensinamentos da fé que, até hoje, conservaram seu valor dogmático foram proclamados nos concílios de Nicéia (325 d.C.), Constantinopla (381 d.C.),Éfeso (431 d.C.), Calcedônia (451 d.C.) e, novamente, Constantinopla em 553 d.C.
Vale a pena expor, em resumo, como os concílios vieram a constituir-se e o que deliberaram, provavelmente por toda a eternidade (até 12/12/2012). He,He,He...
O primeiro Concílio foi convocado em 325 d.C. pelo Imperador Constantino (288-337), batizado cristão em seu leito de morte. Quando em 318, Constantino convocou os bispos para o concílio, seus motivos não eram religiosos, seu interesse era fortalecer o Império Romano. Sob sua presidência, mandou promulgar sua vontade como lei eclesiástica.
Até o concílio de Nicéia prevaleceu a orientação de Ário de Alexandria: Deus e Cristo não eram substancialmente iguais, mas apenas parecidos. Constantino mandou o concílio deliberar pela unidade da substância de Deus-Pai e Jesus. Foi assim que se chegou a consubstanciar Jesus a Deus tornando-se um dogma da igreja e por aclamação, o “Credo Niceno da Fé”.
Até então, o local do sepulcro de Jesus era desconhecido e em 330 Constantino, capacitado por “inspiração divina”, mandou construir em Jerusalém a igreja do Santo Sepulcro. Isto três séculos após a suposta morte de Cristo.
O Imperador Constantino ignorava os ensinamentos de Cristo, pois era adepto ao culto do sol (Mitra, Deus do Sol, dos antigos persas) e por muito tempo, na era cristã, sua imagem apareceu nas moedas como o “Sol Invencível” e como tal, era venerado. Mesmo declarando Jesus igual ao Pai, Constantino mandou matar seu filho Crispo, sua esposa Fausta, que mandou mergulhar em água fervente e seu sogro Maximiliano levado ao suicídio. Aliás, Constantino, “O Grande” foi eleito santo das igrejas armênia, grega e Rússia.
O Segundo Concílio Ecumênico de Constantinopla foi convocado pelo Imperador Teodósio I (347-395) cujas qualidades morais, em nada ficou devendo a seu par anterior. Teodósio I era um déspota e grande explorador da miséria alheia, sobrecarregou o povo com impostos intoleráveis sob ameaça e aplicação de tortura. Por seus métodos, o Anticristo Teodósio I pode, muito bem, ser considerado o patriarca da inquisição. Em 390 d.C., dez anos após seu concílio religioso, Teodósio I mandou trucidar 7.000 cidadãos rebeldes em um pavoroso banho de sangue realizado dento de um circo na cidade de Tessalonica. Proclamou os ensinamentos cristãos como a religião oficial do Império e permitiu que Ambrósio, bispo de Milão, mandasse destruir todos os santuários pagãos. Nesta época, o “Aleluia” foi introduzido nas igrejas. Teodósio I, com este espírito, nada santo, convocou o segundo Concílio em Constantinopla.
Nesta assembléia que os supremos pastores dos ensinamentos cristãos denominaram de Concílio Tronco, foi introduzido o mais importante artigo da fé: o dogma da Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo proclamado como “Credo Niceno-Constantinopolitano”. Somado a outro requinte teológico, a unidade da substância (de Nicéia) evoluiu para a igualdade da substância do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nestes ensinamentos a Santa Trindade possui a mesma natureza divina, a mesma grandeza, sabedoria, poder, bondade e santidade, mas certas atividades ou funções, são distintamente reconhecida em uma , e em outras não.
O terceiro Concílio Ecumênico foi convocado por dois playboys romanos, o Imperador Bizantino Teodósio II (408-450) e Valenciano III (402-455), do Império do Ocidente. Teodósio II era um fraco e reinava sob a regência de sua irmã Pulquéria, a virgem, (399-452). De tanto afirmar esta condição, se tornou Santa da Igreja, mesmo que, após a morte de Teodósio II, ela mandasse assassinar Crísofo, seu rival hábil e bem sucedido. Quanto a Valenciano, do Império do Ocidente, estava sob a tutela de sua mãe, a Imperatriz Gala Plácida e morreu assassinado.
O terceiro Concílio deliberou instituir o culto de Maria, Mãe de Deus. Esta deliberação foi incluída no Codex Theodosiani e, assim, se tornou lei imperial. Como já haviam consubstanciado a igualdade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo ficou sub-entendida e relação incestuosa. Sempre pretextando a presença do Espírito Santo...
O Quarto Concílio Ecumênico de Calcedônia em 451d.C. .Formalmente foi convocado pelo Imperador Bizantino, Marciano (396-457); na realidade, foi dirigido por Pulquéria,”a virgem”, que se casou com Marciano após a morte de Teodósio II. Alguns teólogos concluíram que Pulquéria convocou o Concílio contra a vontade de diversas igrejas e, no decorrer das deliberações, dirigiu as rédeas com pulso firme. Tinha como seu convidado o Papa Leão I. Ela sabia o que queria.
O Concílio proclamou o dogma de que a pessoa de Jesus reunia”puras e inseparáveis” a natureza divina e a humana. Esta natureza dupla de Jesus gerou dúvidas na igreja quando o patriarca Sérgio de Constantinopla proclamou que em Jesus mesmo havendo duas naturezas, só havia uma vontade, que ficou conhecida na história das herezias como monotelismo. Para outros, como símbolo Calcedoniano da Fé.
O Concílio de Calcedônia encarregou o Papa de interferir, sempre que se tratasse de salvaguardar a unidade dos ensinamentos. Ficou estabelecida a primazia de Roma. Até hoje, o Vaticano deve ficar agradecido à “Santa” Pulquéria por ter logrado com suas intrigas, a realização do Concílio da Calcedônia...

Comentários

Mariani Lima disse…
Oi, Altamirando.
Muito bom! Toda história do cristianismo é envolvida em nuvens negras. Era assim no passado e é assim ainda hoje. O homem quer Deus, e qualquer que puder manipular a fé o fará na busca do poder. Por isso aquele que crê, deve primeiramente buscá-lo em seu coração e confiar no que o cristo disse: entra em teu quarto, fecha tua porta e o pai em oculto, te responderá.
Enquanto Deus for uma mercadoria, rios de sangue e lágrimas continuarão a correr.
Abraços fraternos!
Mariane Lima, esta nuvem negra que envolve o cristianismo eu chamo de mentira e estou mostrando alguns mentirosos. A história de um grupo de excluídos foi aproveitada com interesses políticos que lhe deu brilho e nobreza, depois transformou seu Deus em mercadoria. Não faço parte deste comercio, como vendedor nem comprador.
guiomar barba disse…
Altamirando, história é história, com versões diferentes. Não sei se você conhece o cientista político Robson Cavalcanti, é uma pessoa enganjada também em política social e posso dizer íntegro nos seus interesses pela sociedade carente. Ele é bispo anglicano, foi professor da UFP e escreveu vários livros, entre eles: Igreja – Agência de Transformação Histórica.Igreja – Comunidade da Liberdade. É uma pessoa de uma bagagem cultural invejável e está longe do fanatismo religioso.
Você não gostaria de ler alum livro dele? Seria uma versão diferente de história.

Parabéns pela postagem. Abraço.
Guiomar Barba, gostei da indicação. Formo minha opinião, fundindo versões diferentes da mesma história, porisso, quanto à crença, também leio a bíblia.
Não tenho nenhuma informação a respeito de Robson Cavalcanti e gostaria que,se possível, me enviasse alguma coisa sobre ele, títulos, editora etc. Com prazer.
Abraços.
guiomar barba disse…
Quanto ao Robson, ele é articulista da revista Ultimato. Sou assinante desta revista. Você pode encontrar muitas das suas palestras neste site:
http://www.dar.org.br/afirmando.html
Cristianismo e Política é da Editora Ultimato, os outros não tenho certeza.

Abraço.

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