Anjos e Demonios
A mente humana tem
duas grandes doenças: a necessidade de vingança, que atravessa gerações e a
tendência de catalogar as pessoas em grupos, em vez de considerá-las como
indivíduos. Os que perdem a liberdade se juntam para vingar do opressor.
A religião de Abraão sancionou firmemente ambas as doenças
misturando-as de modo explosivo. Não podemos deixar de relacionar a força
divisória que a religião exerce sobre a grande maioria das inimizades violentas
do mundo. A disputa, hostil, entre nossas religiões é totalmente estéril. Do
ponto de vista da fé, de cada uma, é preferível imitar o comportamento dos
antepassados do que encontrar maneiras de descobrir novas verdades no presente.
Existem outras fontes de irracionalidade para além da fé
religiosa, mas nenhuma delas é louvada pela sua importância na formação das
políticas públicas. Os juízes do Supremo Tribunal Federal não têm por hábito
louvar a nação pela sua confiança na astrologia, ou pelo elevado número de discos
voadores avistados por seus habitantes, ou por estes serem o exemplo concreto
dos vários preconceitos de raciocínio que os psicólogos consideram endêmicos na
nossa espécie. Só o dogmatismo religioso tem o apoio incondicional do governo.
E, no entanto, a fé religiosa obscurece a incerteza onde a incerteza
manifestadamente existe, permitindo que o desconhecido, o implausível e o
manifestadamente falso tenham primazia sobre os fatos. O lugar das pessoas que
mantêm convicções fortes sem fundamentos é às margens de nossa sociedade, não
nos corredores do poder.
Consideremos o atual debate sobre a investigação de células
estaminais de embriões humanos e o controle de natalidade numa super população
faminta. Ontem eu assisti na TV a um filme baseado no livro “Anjos e Demônios”
de autoria de Dan Brown, que é o mesmo autor de “Código Da Vince”, “Fortaleza
Digital”, “Ponto de Impacto” e “O Símbolo Perdido”. Me lembrei que em todos os
seus livros contém uma histórias mesclada de ficção, ciência e religião. Em
“Anjos e Demônios”, Dan Brown faz referência ao maior estabelecimento de
pesquisa científica do mundo, o “Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire
(CERN), situado na Suiça. Em 1999 o LHC (Grande colisor de Hadrons) conseguiu
produzir as primeiras partículas de antimatéria que é a fonte de energia mais
poderosa conhecida pelo homem. A antimatéria é extremamente instável e
incendeia-se ao entrar em contato com qualquer coisa, inclusive o ar. Um único
grama de antimatéria contém energia igual à de uma bomba de 20 quilotons. O
tamanho da bomba que caiu sobre Hiroshima.
Faz referencias à evolução humana mesclando mistério,
sociedades secretas, história da arte e religiosidades no afã de conciliar o
científico com o epiritual. Deixando claro que fé e medo não se dão bem. Onde
um estiver, o outro não estará. A religião é um dos grandes limitadores de
identidade moral já que a maioria dos crentes se diferenciam, em termos morais,
daqueles que não partilham de sua fé.
Meus anjos são; a razão, a honestidade e o amor. Meus diabinhos
são; a ignorância, o ódio e a religiosidade que é a obra prima de Satã.
Comentários
"Era uma vez um filme".
Gostei do “Meus diabinhos são; a ignorância, o ódio e a religiosidade que é a obra prima de Satã”, mas, destes, o maior mesmo, imitando Paulo só que as avessas rsrss, é a religiosidade.
Mas o que seria (ou não seria) do mundo sem a religião ALTAMIRANDO??? Fica ai pra ti, esta fácil pergunta de se responder. Rsrsrs
Depois eu volto para conferir a sua resposta. Rsrsrsrs
A religião não é um mal necessário. Se ela não existisse, as pessoas que se realizam através dela, encontrariam outras muletas para se apoiarem.
Eu postei este texto na confraria e logo em seguida eu li um comentário do Rodrigo falando que iria postar. Retirei "Anjos e Demônios" e publiquei aqui.O comentário que fiz, ficou lá.
mas vamolá.
A religião de Abrãao? me diz qual era a religião de abrãao. E em que a religião de Abrãao cultivou a "necessidade de vingança"? Será que foi na ocasião onde ele não querendo criar problemas com seu sobrinho disse que iria para o lado oposto de onde ele fosse?
Toda essa questão de matéria e antimatéria é realmente muito interessante.
Achei sua frase incrível:
"a fé religiosa obscurece a incerteza onde a incerteza manifestadamente existe, permitindo que o desconhecido, o implausível e o manifestadamente falso tenham primazia sobre os fatos."
Primeiro por você considerar a existência de uma "incerteza", um "desconhecido".
Quanto ao implausível e manifestamente falso, sua afirmação é verdadeira.
A fé religiosa pode manifestar-se de forma doentia, patológica, dominadora, castrante da criatividade; mas não necessariamente. Para muitos a religiosidade(que eu preferiria trocar pelo termo "espiritualidade") dão um colorido indizível à existência; nem sempre o desconhecido é implausível.
Já fui cético em relação ao convívio da ciência e da religião, mas hoje, acho bem possível tão relação depois de ler os livros do físico brasileiro Marcelo Gleiser (autor dentro outros, da "Dança do Universo")
Deu uma reforma no meu antigo blog que estava meio paradão. aparece lá.
veredasdopensamento.blogspot.com
o nome é legal, diz que não...heeeee
Fico grato e feliz por receber as visitas com comentarios de amigos.
-- Pertinente suas refutações.
Mas religiosidades, independentes da crença, para mim é o fim da vereda de qualquer pensamento.
Lembres-e, meu caro, que por exemplo, o cristianismo sempre esteve aberto à discussões teológicas que muito utilizaram a filosofia e a razão; como afirmar que um Tomás de Aquino e um Erasmo de Roterdan não pensavam?
Eu tenho motivos para não acreditar em religiões com preceitos milenares. Veja nosso amigo Aquino.Ele é conhecido especialmente por harmonizar a razão e a fé ,enquanto mantém a precisa distinção entre os dois: a razão ajuda a descobrir a existência de Deus, mas é insuficiente como guia para as ações humanas, alcançada pela fé, que é necessária para a descoberta de verdades mais elevadas reveladas pelo consentimento Divino. E daí?
Já o outro amigo nosso, eu tenho mais respeito. Erasmo se inseria no panorama cultural como um símbolo da nova era. Num tempo em que os papas insuflavam guerras e acumulavam fortunas e o clero dava fartas mostras de ostentação, hipocrisia e arrogância ele pregava que toda educação saudável é uma educação sem qualquer controle religioso. Apesar de ser um clérigo. A religião é uma muleta para quem não tem prótese.
Mas prá quê estamos discutindo isso: E daí?
Foi você que abriu a discussão para a religiosidade de Aquino e Erasmo, se tivesse sido sobre briga de galos eu teria acompanhado também. Eu conheci um galo tuso chamado "Aquino" que...
Abraço meu nobre.
Obrigado pela visita.